sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Aos garotos alviverdes de 86, à Limeira e à Denys - memória de uma final


Já era final da tarde nublada do último dia de Agosto desse 1986
O Halley já tinha ido embora. O passeio do final de semana em uma colônia de férias no litoral
havia acabado. A preocupação era com o Morumbi. 
Não tinha rádio, um walkman era mero sonho de consumo
A ideia era descer do ônibus da excursão e saber o quanto havia ganhado o primeiro
jogo da final; 

...no máximo ouvia AGORA EU SEI, de longe em um rádio
de Bar ao passar pela Praça da Sé rumo ao metrô com minha mãe,
Um Rock Nacional da ótima banda ZERO que talvez prenunciasse
alguma dor de infância desportiva. 

Saimos praticamente de faixa depois do gol olimpico de Éder
e do Mirandinha ter salvo meu time Verde na semifinais contra o arquirrival depois
do Casagrande dizer ao Thomé, que só faltou  3 minutos, depois
de perguntar o que faltou ao rival.

Ainda mais depois do assalto do juiz na semifinal. Um ultimo minuto com gol e um 
outro olimpico na prorrogação dava a sensação da faixa de campeão a time que não
era há 10 anos, justo em meus 10 idade. Faixa de campeão 
minha e de  todos os meus comparsas mirins verdes e os mais 100 mil do estádio.

Então veio o  último dia de agosto o bombardeio do time Palmeirense contra a Inter de Limeira não havia dado certo naquele domingo depois de um refúgio de noticia futebolística.

Na terça a adrenalina já surgia. Ao fazer 10 anos, a irmã aficcionada
por esporte telefona para dar feliz aniversário, perguntar da final e dar boa sorte;

A final decisiva foi um dia depois. O dia para vestir a faixa de campeão
ainda que o primeiro tempo do segundo jogo naquela quarta a noite tenha
sido outro drama sem nenhum gol para nenhum lado no primeiro tempo.

Vem o segundo tempo e o Nove do time deles achou um Sem pulo que nem os Avatares
divinos pegariam, muito menos o goleiro Martorelli. Havia tempo, era inicio da etapa final como diriam os locutores até que o Denys (sim, com o som YS, de oxítona)  deixou uma bola escorrer no Peito numa tentativa não se sabe do que de recuo que caiu pela perna escapando a bola e o 7 deles entrou na frente tomando a bola na grande área e fazendo o segundo aos rivais de Limeira

Dali em diante achar um gol foi possivel, mas não o suficiente. E o empate quase caiu na cabeça do meio campo verde que cabeceou uma bola dessas que vem de um rebote de goleiro, mas foi "por isso aqui ó", (uma unha) acima do gol já passado os 46 do segundo tempo.

 O tempo havia acabado naquele 3 de Setembro. Não adiantava. Presente só se fosse
um bolo prestigio e algum disco de vinil do pop 80 em vida de garoto de 10 anos.
A faixa de campeão não. Não adiantava crucificar Denys por quase 30 anos. 
Até o Independente, rival da Inter, devia estar em festa na noite de Limeira. 
Mas o garoto torcedor de 1986 não chorou, era do jogo. 

Nesse instante de crônica, Kelly, jornalista vivente em Limeira conta 
que a Inter acabou.  Ela que pensa. Só se escondeu dos holofotes.
 Kita, Silas, Lê, Bolivar, Tato e os  recrutas do seu Pepe eternizaram ela a cada
final de Agosto e começo  de Setembro.

Depois de 30 anos, mesmo após  susto de 1986, ainda em tantos
outros sustos e glórias, o garoto de 10 anos és abrigado em condição desportiva pela 
aura esmeraldina do time que passa de século, ainda que em mais sustos, fanatismos,
extravaso, goleadas aos rivais e alívio com cada vitória, bem como taça erguida.

Gui -  (de 10 anos de idade em 1986 que saúda as glórias verdes com sua primeira final 30 anos depois).


terça-feira, 11 de junho de 2013

12 de Junho de 1993 - Quando o dia dos namorados é na final do campeonato

E ela esperava na frente de casa em frio sábado de 12 dias Juninos
Pelo parceiro tão leal em namoricos desde meninos
Sabia que era a final de campeonato em dia dos namorados
Não se importou, se preparou e até ao anoitecer no degrau do portão esperou

Assim como a espera dele foi demorada
Por causa de  16 anos, 9 meses e 25 dias foi compreendido pela Namorada.
Henrique tinha a chance de gritar campeão pela parte verde do coração impregnada.
Sua generosidade até cogitou – por causa dela - não assistir nada.

Mas ela não se importou, incentivou e por ele esperou.
Sem se preocupar com presente ou algo que idealizou,
Apenas consolar de derrota ou gritar campeão junto, assim que visse adolescente namorado diante de sonho que realizou.

E até quando  o ponta, canhoto,  fazia raro gol de pé direito, era nele que ela pensava.
Pois ela sabia que se o gol era do camisa 11, era, também,  igual a que ele usava.
O tempo passava e a final acabava. 3 a 0 pra seu time e a bola na marca da cal estava.
Pênalti! Goooooooooool! Dessa vez do ídolo camisa 9, matador que o placar selava.

E ao apito do juiz, o grito de campeão em Henrique ecoava.
A taça era erguida, mas ele descia arquibancada correndo por alguém que o esperava.
Assim como o técnico que saia antes do time sem nada dizer
O namorado campeão encontrava os trilhos e pensava no que fazer.

No ônibus frio, percorreu trânsito de cidade com torcida adversária perdida
Comparsas da torcida verde exaltados por vitória conseguida
E eis que no último ponto, em avenida trafegada, a vendedora de Rosas traz punhadas ofertadas.
Ele em últimos cruzeiros trocados, leva duas bem enfeitadas.

Chega a rua destinada passando três esquinas  ofegante até chegada
E vê a jovem amada levantar, vindo a sua direção receber as rosas tão risonha e bem postada
E ele se sentiu mais campeão que toda a torcida e time com sua saga esperada.
E dali em diante, toda final, com ou sem goleada, teria a lembrança do grito de  campeão com beijo de namorada.  


Gui Salviano - 12 de Junho de 2013  (A saga da final de campeonato em um dia dos namorados há 20 anos)

terça-feira, 10 de abril de 2012

Última molécula de esperança

Respirem meninos!
Sintam os fôlegos e os lampejos,
Sintam o ar das meninas em teus beijos,
Flutuem em seus gracejos,
Naveguem em suas carícias,
Naufraguem em seus tapas,
Só não inventem amor que não existe
E nem apaguem amor que resiste
Por mera travessura
Ou mesmo falta de postura.
Degustem de beijos ardidos,
Enfrentem olhares mordidos,
Suportem seus tapas feridos
Vinda das mãos, das palavras e sentimentos corroídos.
Relatem sua dor em testamentos,
Mas não acreditem na morte.
Façam e apostem na sorte,
Não acreditem no não,
Não deixe passar batido o coração,
Se empolguem com a ilusão
Até ela dizer sim,
Nem que a alma esteja ao fim
E nunca se sentir condenado
Por não ter abandonado
A última partícula de molécula em ar ou menina que os faça ter amado.


Gui/2000

domingo, 8 de abril de 2012

Hoje eu quero escrever...

Hoje quero escrever pra uma parte do mundo
Pois ele é pequeno em dimensões e em espírito
E ainda assim o vemos grande, pois nós somos pequenos.
Perto dos mundos de prédios, olho shoopings, sertões, campos, praias, raias
crianças, mulheres, senhoras, costureiras, empregadas, empresárias ou arrumadeiras.

Quero declarar meu amor e ódio ao urbanismo,
Minha ira contra as meninas de grife que não podem mais ter bonecas e agora cismam em ser uma.
Quero recitar ou declamar o mundo aos músicos da rua, dos bares e noites,
Que ás vezes ninguém se quer tem olhos, pois os casais se olham, se beijam e só os ouvem no subconsciente.

Celebrar aos Arianos de 20 de Março a 20 de Abril, inconseqüentes e desvairados,
Batedores de cabeça nas paredes e provocadores de hematomas na sociedade devido ao espírito instintivo de animais carentes mal amados, mas que sabem amar muito bem mesmo que ninguém os entenda.

Saudar as mulheres e aplaudir a falta de preconceito e a aula de rebeldia que lecionam aos homens falsos moralistas que as apontam, mas não são apontados pelas traições que eles mesmos cometem com as Deusas gregas que lavam e passam em suas casas.

Quero saudar os gritos de CAZUZA, poeta que vive paralelamente em 2 mundos.
O mundo dos vivos onde ele está e o dos quase mortos onde estamos e ele permanece vivo.
Mesmo com o tempo não parando e ainda mais sabendo o quanto por aqui ele vive pairando.

Deixar um abraço às crianças, professoras da verdade que perguntam para onde vai o Sol depois da 6 da tarde quando na verdade os professores mal sabem aonde eles vão depois de um trabalho às 10 da noite.
Crianças que mudam seus brinquedos quando crescem e às vezes viram brinquedos do mundo e de uma sociedade revestida de boas maldades.

Quero escrever aos amores que não me corresponderam ou que tem medo de alguma coisa e pedir pra apontar esse medo em um espelho e depois dar um tiro pra que ele se destrua em pedaços de vidro arrastado pra uma lata de lixo chamada fé que recicla os seus cacos e fazem um diamante de brilhos infinitos renomeado Amor e com A maiúsculo.

Também deixar umas palavras as estrelas, que me acompanham nas minhas noites de diversões com músicas e ideologias próprias de prazer, nem que o prazer seja um sorvete de chocolate que relembre os meus 8 anos onde desde aquela época já brincava de lapidar meninas e me apaixonar por elas.

Escrever que quero ser alquimista, pra fazer as estrelas caírem nas minhas mãos e
decifrá-las a tal ponto onde eu descubra que em suas formas e brilho quente tem uma essência de mulher e assim aprender a lidar com as verdades delas.

Quero traduzir aos meus amigos de história de vida que não há como esquecer o que Deus aponta ao mundo. Amizade é natureza como Lua, Lago, Vulcão, Mar, Subsolo e Rocha que nem o tempo e nem os milênios conseguem destruir e deixar de mostrar que eles estão lá.

Quero declarar um acordo com o Sol, empurrá-lo a todos os cantos do planeta em poucas horas. Pra vagar o mundo todo pelas 24 horas e mudar o humor do mundo com sua pose incendiária.

Mas que seja a luz de benção a ponto de derreter os canhões porta vozes de guerra e aquecer os solos úmidos de lágrimas tristes brotando sementes e árvores brancas de Paz.

Escrever pra minha melhor amiga que chora ao ir embora de casa que o mundo
poderá tê-la como amiga quebrando nosso egoísmo, pois tudo que é bom no mundo nem sempre é só pra umas poucas pessoas.

E escrever que por mais exagero que possa ter posto em letras insinuantes
ou deliberadamente provocadoras, meus excessos, ainda assim, serão testemunhados
por todos esses a qual declamei e quis escrever. Até as rochas.
Pois tudo e todos são nobres, e mesmo não tendo sangue azul, nosso Planeta tem a mesma cor divina.
E as estrelas do universo aos nossos olhos são nobremente
azuis e podemos assim enobrecer, mesmo que sejamos simplesmente rocha.

Gui/2004

sábado, 12 de novembro de 2011

Acompanhante de Luxo (Poesia)

Li de um famoso poeta o relato de suas andanças
em labirintos urbanos escassos das almas de crianças.
Citava o quanto era repleto de faces sérias de executivos, negociadores, ambulantes. Sentia o poeta a falta de carinho dos semáforos, dos cachorros, das pessoas mas em especial, das amantes.
Sim das amantes.

Após o fim de seu casamento, das discórdias da família,
distância das filhas e desamores constantes,
O Poeta queria amar.
Tentou as trilhas erradas, na selva de bares, prédios e das ruas delirantes
Das vias de metrópole para surdos e alucinantes
Até encontrar ruas de lixo e de luxo, repleta de amantes.

Nas ruas de lixo, amaria com preço barato.
Nas ruas de luxo pagaria precisaria pagar com a alma várias vezes por minuto de beijo ingrato.
Nas ruas de lixo, a imundice fazia desaparecer até o amor de gato por rato
Nas de luxo, as gatas eram mais caras que encomenda de serenata.
Mas sua obsessão por amor na selvageria urbana ainda era nata.

Não queria prazer de libido, de êxtase a olhos virados.
Pelo que escrevia, o poeta queria mãos dadas e beijo bocado.
Queria abraços, caricias e fatos como por de sol para romance enfeitado.
Queria pagar para as damas de luxo pelo minuto de ser amado.
Onde a prostituição viraria poesia, no instante em que a dama estivesse ao seu lado.

Queria o poeta usufruir do amor que ele tinha
Pagar para expor o melhor dos sentimentos que de dentro dele vinha
Sem sexo, aparentemente sem nexo, mas completamente em anexo
Com a língua, pele, abraço, toque ao rosto, caricia e cena de cinema
Todo o doce afeto possível a quem prestasse tal dilema.
Queria o poeta pagar para ter seu próprio amor a quem quisesse lucrar para amá-lo.

As Acompanhantes de luxo desconfiaram.
Não entendiam a oportunidade de ser amada sem serem empregadas como eram em suas jornadas.
O Amor do poeta transbordava, mas de graça, ninguém queria ou se sujeitava.
E antes de morrer encontrou uma que aceitou o beijo, o abraço
as mãos dadas e o romance como missão.

E esta sim, recebeu o verdadeiro Status a todas prestadas.
Acompanhante de Luxo que se permitiu a luxúria de amar poeta em beijos de jardim.
Em abraços de por do Sol sem fim. Em ondas pequenas juntando os pés na praia.
Em abraços para proteger a sua dama do vento e do vôo da minisaia.
E ficar até a morte do Poeta. Que partiu tendo o luxo de Acompanhante da sua ilusão eternizada com esse Status pelos prazeres e dádivas marcadas em seu coração.

Gui - 2011

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

28 de Fevereiro

Procurava aquelas mãos
Tão estranhas e perfeitas
Eram estranhas simplesmente porque não as conhecia
E perfeitas tão bem feitas pelo bem que me fazia.

Lembro que suas mãos cismavam com borracha e canetinha
Emprestadas, bem cuidadas com carinho que eu não tinha.
Com meu ego de menino, nem ligava se as pegava.
Seu sorriso tão bem feito, bem por perto, compensava.

E depois de alguns anos certo dia a reencontrei
Quase nunca disfarçava lhe notando a cada dia.
Tão estranho definir o que um menino sentia.
Já tão cedo, já tão novo sem lá ter muita noção.
Se era amor ou fantasia que tremia o coração.

Tinha vezes que queria ter o dom de desenhar
Seus contornos, seus bons traços pra quem sabe te entregar
Mostrar quanto era feliz com meu gesto de gostar
Mas meu tímido olhar só seguia teu sorriso
Até a hora que esperava minha alma com tua aura encontrar.

Penso até que merecia ter sido bem reprovado
Por deixar aquela escola onde era apaixonado
Pela dama ainda menina que preenchia o meu dia
Que tem dia em seu nome e sempre me iluminava
Com os contornos de sua alma que meus olhos desenhava.

Descobri que tinha Nádia lá no fim de Fevereiro
E por tantos tantos dias desejava seu reencontro
E crescia em rumo inverso pra chegar a ser menino
Pensando em cada momento que teria seu destino
Quando, enfim, desenharia novamente suas auras em meu dia.
Em que Sol mandasse em raios teu calor de alegria.

Pois agora te encontrei nos jardins da tua família.
Ao nascer do Sol em dia lá no fim de Fevereiro
Sinto os raios de sua mão apagando minha tristeza diária
Com as mesmas borrachas que emprestava no tempo da escola primária
Sinto os raios de sua mão com a caneta emprestada lá dos tempos de aprendiz
Em retoques contornando minha alma bem mais leve e mais feliz

Te encontro no coração por aí a qualquer hora
Ou num tal de Fevereiro onde sei que você mora.
E mesmo que passaste tão rápido de série
Em pós graduação pra uma escola angelical.
Tiraste a minha alma com suas mãos de boa menina
De um escuro e longo dia, ano ou tempo espacial.

Te encontro nas lembranças de elegância e de bondade
Nas vontades de menino em matar a tal saudade
No carinho de sua mão escrevendo uma lição
Nos amores de Heloísa, de Angélica e de Dalma
Na paz vinda de sua doce calma,
Ou pairando pelo ar perfumado de amor com o aroma de sua alma.

Gui–Ago/2007
Amor Inusitado

Teu amor não é mais platônico
Nem me faz ficar estático, parado e catatônico
Já passou as dimensões de algo fantasioso
Nem tão pouco é surreal muito mesmo caprichoso.

É algo de telepata, tão intenso, sensitivo.
Mesmo que me faça olhar mundo imaginativo.
Já tentei investigar plano espiritual
Pra ter beijo, coração, ou um abraço em espiral.

Hora paro, hora procuro deduzir de onde vem.
Sentimento inexplicado que nenhum ser vivo tem
Amor doce e cultivado que minha vida fez refém
Gosto leve e apaixonado tão sutil que me faz bem.

Seu amor é um tratado pra encontrar o infinito.
É um legado que carrego em meu poema mais bonito.
É uma carta assinada que liberta minha loucura.
Que me volta pra ter alma de menino com ternura.

Não contei encarnação, terapia ou regressão.
Outra vida, ou até sonho, plano astral e alucinação.
Não sei se existe dívida, ou se vou ter premiação.
Mas me compro a qualquer preço para achar seu coração.

Decifro o que foste, quem és e o que poderá ser.
Perdôo até os mil erros que, se quer, vim a saber
Tento achar qualquer atalho pra poder te receber
Por estrada, ponte aérea, nuvem, mar ou na luz de algum divino ser.

Amor que não sei do começo, e sei que não terá fim
Mesmo que esse tal amor não caminhe para mim
Ou que a vida e preconceitos digam não sobre o meu sim
Mas transformará meus desertos criando o seu mais belo jardim

Amor que eu condecoro sendo a fada do meu conto
Com a alma te sinto em músicas de letras sem ponto
Amor que eu tanto cuido bem preservo e até me apronto
Pra qualquer ocaisão e dimensão em doce encontro.

Gui/2009